PERSONAGENS DA HISTÓRIA: CORONEL JOÃO LUCAS

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Fundação Cultural Serra Talhada

CORONEL JOÃO LUCAS, nasceu em 23 de outubro de 1894, na Fazenda Piranhas, desmembrada da Fazenda Escadinha, que teve seu pedido de arrendamento à Casa da Torre em 1748. Hoje esta Fazenda está localizada no território do 5º distrito Pajeú.

Era filho de: Lucas Alves de Barros (Lucas das Piranhas) e Benvenuta Benigna de Barros.

Conjugue: Rosa Ribeiro de Barros, filha do chefe local dos Correios e Telégrafos: Edmundo Antônio de Albuquerque Ribeiro e Dona Aurelina Ribeiro.

Seus Filhos: José Ribeiro de Barros, Maria Augusta de Barros (Lia Lucas), Edmundo Ribeiro de Barros Dr. Buda) médico de muito conceito nesta cidade e em Salgueiro, Filônio Ribeiro de Barros, Juarez Ribeiro de Barros, Antônio Ribeiro de Barros e Maria José Ribeiro de Barros.

Após ficar viúvo, já aos setenta anos, com Rita de Barros, foi pai de João Alves de Barros Filho, Clemeceau Alves de Barros, Maria Antônia Alves de Barros, e Mirabeou Alves de Barros

Líder da família Carvalho:

Foi um representante autêntico, com a liderança política da família Carvalho, recebeu também a liderança do conflito entre as famílias Pereira e Carvalho. Muito a contragosto, por parte dos pereiras, pois se João Lucas era Carvalho pelo lado paterno, era pereira pelo lado materno, sua mãe Benvenuta, era sobrinha de Sebastião Pereira, principal Líder da Família Pereira. Sofreu uma emboscada quando ia assistir o casamento de Cícero Timóteo, saindo ileso, por puro milagre. Dona Rosa, sua esposa, contava, que a sua “Lua de Mel”, ao contrário de todas as moças da região, só aconteceu vários dias depois de seu casamento, visto que João Lucas, saiu do Altar da Igreja, para pegar no fuzil, por conta da notícia de que uma das Casas da Fazenda Piranhas, tinha sido incendiada, pelos inimigos. O sangrento combate entre as famílias Pereira e Carvalho, durou várias décadas, envolvendo mais de mil combatentes entre as duas famílias. Tem seu fim, com a ida de Sinhô Pereira e Luis Padre, para o Estado de Goiás – GO.

Homem de Negócios:

Agropecuarista, possuiu várias fazendas: Piranhas, Melancia, Preces dos Nunes, Telha e Serra da Forquilha. Comerciante de tecidos, cereais e querosene. Como industrial, era sócio de uma descaroçadeira de algodão, uma Usina de Caroá, na Fazenda Telha. Foi Inspetor de Seguros de Vidas Equitativas, no interior de todo o Estado de Pernambuco. Por muitos anos, foi jornalista representante Regional para o Jornal “O Globo”, escrevia sobre fatos e elaborava crônicas da nossa gente e de nossa Região. Destacou-se como Advogado, era respeitado e admirado até pelos Desembargadores do Estado, exerceu a profissão, até há poucos anos antes de vir a falecer. Mesmo com tantas atividades, preocupou-se com a educação dos filhos, mudando-se para a cidade de Caruaru – PE. Em 1937, e permanecendo até 1942, quando retornou para sua Serra Talhada. Mas a sua verdadeira vocação era de homem público.

Homem Público:

Ainda Jovem recebeu do Monsenhor Afonso Pequeno, a Liderança Política da família Carvalho. Político de rara habilidade, gozava de grande prestígio, na esfera Regional e Estadual, como também no Governo Federal. Foi Prefeito do Município no período de 1925 a 1928, realizando várias obras, sendo a principal o Açougue Público, hoje onde está o prédio da Prefeitura Municipal, contribuindo para o progresso local. Perdeu o poder político local em 1930, após Getúlio Vargas perder as eleições Presidenciais, eclodiu a Revolução. Caiu a república Velha. João Lucas é preso, encaminhado para o IV Exército na Capital em Recife, Pernambuco. Libertado por ordem do Presidente da República Getúlio Vargas, a pedido do seu Ministro do Trabalho, José Américo, que tomou conhecimento da prisão do seu “compadre João Lucas”, por intermédio de uma carta escrita pelo Sr. Antônio Romão de Farias, adversário político, mas amigo de João Lucas. Fez oposição ao Governador Agamenon Magalhães, mas sempre o visitava, a título de cortesia, quando este passava por Serra Talhada. Foi candidato a Deputado Estadual, perdendo por 17 votos, foi o primeiro suplente de Deputado no Estado, não assumiu a Assembleia Legislativa, por conta de um pedido ao Governador Agamenon Magalhães, para não nomear nenhum Deputado Estadual, para ser Secretário de Estado, feito pelo Coronel Cornélio Soares, principal Chefe Político do Governo na Região. Com a nova República, fundou a UDN, em Serra Talhada, com João Cleophas, posteriormente passando a Presidência ao Sr. Enock Ignácio de Oliveira, ingressando no PSP, a pedido do Governador Ademar de Barros, do qual era hospede e anfitrião. Era amigo, do presidente Washinhton Luiz. Recebeu convite do Presidente Eurico Gaspar Dutra, para uma audiência na Sede do Governo Presidencial, ao qual compareceu, para falar sobre a política existente no interior do Estado. No Estado mantinha laços de amizade, e política com: João Cleophas, Augusto Lucena, Barbosa Lima Sobrinho, Etelvino Lins, Miguel Arras, Paulo Guerra, etc.

Homem Social:

Extremamente elegante, primava pelo bom gosto, só vestia com modelos importados diretamente de Paris, acompanhava a moda com rigor. Preparava pessoalmente o seu perfume, com fragâncias importadas da França. Foi premiado no Rio de Janeiro no ano de 1936, com uma medalha de ouro como o homem mais elegante do Brasil, escolhido em concurso realizado com várias personalidades importantes da época, inclusive o nó da sua gravata era “destaque”, só ele e o Príncipe de Gales tinham o privilégio de saber usa-lo com o mesmo detalhe e requinte.

Sintetiza-se nessa ilustre figura, o exemplo maior de uma personalidade forte, transparente, verdadeira, valente, marcante e talentosa, totalmente arraigada a sua terra querida, a sua gente e ao seu progresso.

Faleceu em 10 de maio de 1980, aos oitenta e seis anos de idade.

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