PERSONAGENS DA HISTÓRIA: LUIZ CONRADO DE LORENA E SÁ

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LUIZ CONRADO DE LORENA E SÁ, filho de Antônio Pereira de Lorena e Sá (Antônio Conrado) e de Jacinta Pereira da Silva, casado com Maria do Socorro de Oliveira, filha de Sebastião Ignácio de Oliveira e de Antônia Nunes de Souza, do casal nasceram os seguintes filhos: Maria do Rosário Lorena Oliveira, Maria Aparecida Lorena Oliveira, Mônica Lívia Maria Lorena Oliveira, Debora Maria Lorena Oliveira e Maria de Fátima Lorena Oliveira.

Nascido no dia 01 de janeiro de 1926 na fazenda Quebra Unha município de São José do Belmonte-PE, ainda era criança quando foi morar na cidade de Serra Talhada-PE para ajudar seu pai Antônio Conrado na mercearia da família (prédio onde hoje funciona a farmácia Cormell). Vindo de família que exercia grande influencia politica no município, aos 18 anos de idade foi nomeado prefeito (1945 a 1946), porém no ano seguinte foi exonerado do cargo e cerca de um mês depois foi novamente nomeado (1946 a 1947).

Com a derrota do “eixo”, após a segunda grande Guerra, depois do estado novo (da queda de Getúlio Vargas, em outubro de 1945), o Marechal Eurico Dutra (eleito Presidente da República), manda para Pernambuco o General Demerval Peixoto, inimigo de Agamenon Magalhães. Quando o General Demerval Peixoto veio para Pernambuco, Luiz Lorena, com 18 ou 19 anos de idade, era o prefeito de Vila Bela (Serra Talhada) e foi chamado ao Palácio com outros prefeitos do Sertão. Rapaz inteligente, pela conversa do General, percebeu que ia ser exonerado do cargo. Foi, então, a casa do deputado Metódio Godoy, primo de Agamenon Magalhães e que havia sido até há pouco o Interventor, de fato, no Sertão, para informa-lo da ocorrência e dizer de sua disposição de pedir afastamento do cargo antes de ser demitido. Metódio Godoy levou-o à residência do velho chefe do Partido Social Democrático, recém-chegado do Rio de Janeiro, à Rua da Amizade, nas Graças. Lorena conheceu o Dr. Agamenon Magalhães naquela noite.

Quem é o seu avô, em Serra Talhada? Perguntou Agamenon.

– Isidoro Conrado.

– É de boa raça. Aguenta pressão. Você será exonerado. No dia seguinte compre uma Folha da Manhã por qualquer preço e leia.

Este fato aconteceu em uma terça feira. No sábado, o Diário oficial do Estado trazia a exoneração de Luiz Conrado de Lorena e Sá da prefeitura de Serra Talhada e no domingo a Folha da Manhã publicava o artigo de Agamenon: “Ele Voltará”.

Quando algum tempo depois, o Dr. Otávio Correia (Partido Social Democrático, ala do “Marechal” Osvaldo de Lima e então presidente da Assembleia de Pernambuco), assumiu o Governo do Estado, e a nomeação de Luiz Lorena para prefeito de Vila Bela, foi publicada no Diário Oficial, logo após a dos secretários do novo Governador.

 

O jovem Lorena, voltou mais uma vez a ser prefeito de Serra Talhada, eleito como candidato único, apoiado por todas as correntes políticas do município para o período de (1955 a 1959), em 1958 deixou a prefeitura com seu vice Antônio Andrada Policarpo para ser candidato a deputado Estadual  ficando na suplência, assumindo por certo período uma cadeira na “ Casa Joaquim Nabuco” (1962 ou 1963). 1958, apoiou e elegeu Hildo Pereira de Menezes seu parente. Em 1963 foi eleito mais uma vez prefeito de sua terra, cargo em que permaneceu até o dia 31 de janeiro de 1969. Apoiou e elegeu seu sucessor Nildo Pereira de Menezes que era filho de Argemiro Pereira de Menezes seu parente. Depois apoiou os prefeitos Sebastião Andrada Oliveira (Tião Oliveira) e Hildo Pereira de Menezes (Hildo Pereira).

Além de um influente político, Fiscal de Renda do Estado, foi um grande estudioso da historia do município, era considerado uma verdadeira “enciclopédia viva” e servia como fonte de pesquisas para estudantes e pesquisadores. Também se enveredou na literatura, em 1951 escreveu uma monografia sobre o 1º Centenário de Serra Talhada. Em 1991 escreveu o “Perfil Histórico Religioso de Serra Talhada” e em 2001 a sua principal obra “Serra Talhada – 250 anos de História – 150 anos de Emancipação Política”, em 2003 “Festa de Nossa Senhora do Rosário 150 Anos” no início de 2007 escreveu uma letra propondo que se tornasse o hino de Serra, musicado por Rômulo Sampaio Araújo com interpretação de Ray, e em 2008 começou a escrever mais um trabalho, porém, com a sua morte em 2009 a obra não foi concluída. Era membro fundador da Academia Serra-talhadense de Letras, onde ocupou a cadeira de nº 01.

Luiz Conrado de Lorena e Sá (Seu Lorena), faleceu no dia 25 de fevereiro de 2009 com 83 anos de idade.

“Eu, deste mundo só fico contente, que Serra Talhada amei e a sua gente” Luiz Lorena.

(Por Cicero Aguiar Ferreira)

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